segunda-feira, 1 de maio de 2017

VEJO EM MIM O QUE NÃO SOU







Queria que as papoilas me beijassem o rosto
Que o teu olhar me acariciasse com(o) um abraço
Não vem ao meu encontro o sol de Agosto
O teu cheiro não está mais em meu regaço.


Queria combater este rasgo que trago
Esta ferida que deixo ao relento
Sem querer o meu nome apago
Tento fazer avançar o tempo.


Não vejo os campos de girassóis
Não sei onde estão as rosas coloridas
Não há qualquer rasto de nós dois
Nunca me habituei a despedidas.


Remendo os joelhos a picotado
Vejo em mim o que não sou
Dizem que tenho o sorriso amarrotado
Uma falsa gargalhada ao espelho dou.


Ecoam vozes no meu peito
Que é só um sujeito covarde
Não me sinto neste quadro imperfeito
Peço que me sirvam a tristeza mais tarde.




01.05.17
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