“Na vertigem da fome” foi o poema que valeu a Jessica Neves o
galardão. Tem 21 anos, vive em Coimbra e estuda Comunicação Organizacional.
Arrecadou 1141 votos.
DA BOLA PARA A ESCRITA
Em 2012, publicou
“(Sem) Papel e Caneta, (Com) Alma e Coração”. Jessica diz que ainda lhe falta
maturidade para voltar a editar e fazer melhor. Gostava de ser escritora a
tempo inteiro. A paixão nasceu de uma pausa no futsal. Escreve por marés de
inspiração e acredita que a escrita a faz crescer.
Não gosta de… falta de humildade
Gosta de… liberdade
OUSADIA, EROTISMO E SENSUALIDADE
#Como surgiu o gosto pela escrita?
Escrevo desde os 17 anos. Estava de férias do desporto que pratico, o
futsal, e senti que faltava algo que me preenchesse e comecei a passar para o
papel o que sentia.
#É de família?
Não. E isso é que é engraçado! Porque além de não haver ninguém que escreva
na família, ninguém me associava à escrita. Viam-me mais como “a maria rapaz
que joga à bola”.
#Porquê este poema?
A minha poesia é pautada essencialmente pela ousadia, pela sensualidade e
pelo erotismo. Penso que a sociedade necessita de uma escrita mordaz, que faça
pensar e mudar mentalidades e comportamentos.
RESPOSTAS
RÁPIDAS
Um ídolo: O meu pai
Uma inspiração: A vida
Um motivo para sorrir:
A simplicidade
O melhor da tua
geração: O pensamento fora da caixa
E o pior: A banalização dos afetos
Uma loucura: O desafio de viver todos os dias apaixonada pela vida
DIZ O QUE TE VIER À CABEÇA
Às vezes…penso muito
Um dia vou… ser uma inspiração para os jovens
Dizem que sou… versátil
O que escrevias numa t-shirt?
Acreditar, querer, lutar e vencer!
Jornal Correio da Manhã, 26 de março de 2015
POEMA
NA
VERTIGEM DA FOME
Devolve-me o poema
Que roubaste ao meu corpo
Na noite em que todas as estrelas
Se (des)abotoaram de nós…
Pendura-o na tua boca
E vai descendo e ondulando
Na vertigem da fome
Que o delírio pede
E o suor consome…
Devolve-me o céu
Que descobri nos olhos teus
Ao toque ardente
Do tango vibrante nos meus.