quinta-feira, 26 de março de 2015

1º LUGAR NO CONCURSO "GERAÇÃO ARTE" DO CORREIO DA MANHÃ - CATEGORIA: TEXTO




“Na vertigem da fome” foi o poema que valeu a Jessica Neves o galardão. Tem 21 anos, vive em Coimbra e estuda Comunicação Organizacional. Arrecadou 1141 votos.


DA BOLA PARA A ESCRITA


Em 2012, publicou “(Sem) Papel e Caneta, (Com) Alma e Coração”. Jessica diz que ainda lhe falta maturidade para voltar a editar e fazer melhor. Gostava de ser escritora a tempo inteiro. A paixão nasceu de uma pausa no futsal. Escreve por marés de inspiração e acredita que a escrita a faz crescer.

Não gosta de… falta de humildade
Gosta de… liberdade

OUSADIA, EROTISMO E SENSUALIDADE


#Como surgiu o gosto pela escrita?

Escrevo desde os 17 anos. Estava de férias do desporto que pratico, o futsal, e senti que faltava algo que me preenchesse e comecei a passar para o papel o que sentia.

#É de família?

Não. E isso é que é engraçado! Porque além de não haver ninguém que escreva na família, ninguém me associava à escrita. Viam-me mais como “a maria rapaz que joga à bola”.

#Porquê este poema?

A minha poesia é pautada essencialmente pela ousadia, pela sensualidade e pelo erotismo. Penso que a sociedade necessita de uma escrita mordaz, que faça pensar e mudar mentalidades e comportamentos.


RESPOSTAS RÁPIDAS

Um ídolo: O meu pai
Uma inspiração: A vida
Um motivo para sorrir: A simplicidade
O melhor da tua geração: O pensamento fora da caixa
E o pior: A banalização dos afetos
Uma loucura: O desafio de viver todos os dias apaixonada pela vida

DIZ O QUE TE VIER À CABEÇA

Às vezes…penso muito
Um dia vou… ser uma inspiração para os jovens
Dizem que sou… versátil
O que escrevias numa t-shirt?

Acreditar, querer, lutar e vencer!



                                            
                                            Jornal Correio da Manhã, 26 de março de 2015





POEMA
NA VERTIGEM DA FOME


Devolve-me o poema
Que roubaste ao meu corpo
Na noite em que todas as estrelas
Se (des)abotoaram de nós…


Pendura-o na tua boca

Enrola-o à minha língua

E vai descendo e ondulando

Na vertigem da fome

Que o delírio pede

E o suor consome…



Devolve-me o céu

Que descobri nos olhos teus 

Ao toque ardente

Do tango vibrante nos meus.


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