Já
era noite mas não era tarde.
Os olhos acenaram ao ruído
Da
porta do quarto entreaberta
A
meia-luz da mesa de cabeceira
A
ela moldava-lhe os contornos
A ele incendiava-o ainda mais.
Os estores desceram
O vestido subiu
Empoleirou-a às cegas
Conforme o sussurro aceso comandou
Com sofreguidão
E sem culpa.
As
carícias correram o quarto
Torturaram
os cortinados
Contra a parede manchada e estremecida.
Já
era noite mas não era tarde.
Nunca seria tarde
Para se vestirem de fantasia.
14.07.15
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