terça-feira, 14 de julho de 2015

FANTASIA



Já era noite mas não era tarde.



Os olhos acenaram ao ruído

Da porta do quarto entreaberta
A meia-luz da mesa de cabeceira
A ela moldava-lhe os contornos 


A ele incendiava-o ainda mais.


Os estores desceram 
O vestido subiu 
Empoleirou-a às cegas
Conforme o sussurro aceso comandou
Com sofreguidão
E sem culpa.





As carícias correram o quarto

Torturaram os cortinados

Contra a parede manchada e estremecida.






Já era noite mas não era tarde.



Nunca seria tarde
               
           
 Para se vestirem de fantasia.              




14.07.15
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