Aproximava-se uma data muito ansiada tanto por ele, como por todas as crianças espalhadas pelo
mundo.
Sentia-se um menino diferente. E na verdade, era-o. Não só por lhe ter sido diagnosticada Síndrome
de Down mas, pela sua personalidade sensível e singular.
Neste Natal, queria atrair para o seu pensamento, com muita força, o que mais desejava e tinha um
pedido muito especial para fazer ao Pai Natal. A mais ninguém revelou o seu desejo, nem aos seus
pais, que o questionaram vezes sem conta, acerca da sua prenda natalícia. Negava sempre querer
alguma coisa pois, sabia das dificuldades económicas que atravessavam e, que o mais importante, o
dinheiro não podia comprar: os afectos!
No dia de consoada, nada do que havia pedido faltava em seu redor: a família estava toda reunida e
No dia de consoada, nada do que havia pedido faltava em seu redor: a família estava toda reunida e
nem os filhós caseiros – que tanto adorava – feitos pela avó materna, faltavam naquela mesa
apaziguadora, repleta de união e carinho.
Eis que, quando tocaram as doze badaladas e foi altura de abrir os presentes, a árvore de Natal
enfeitada a rigor e cheia de brilho, tinha uma prenda. O menino sortudo foi surpreendido pelos pais,
que lhe ofereceram um álbum de fotografias de família, legendadas uma por uma, com sentimentos
positivos da ocasião. Deu-lhes dois beijinhos e levou-os pelas mãos, para o sofá junto à lareira, para
que pudesse folhear cada momento com eles. Sentou-se ao colo da mãe, colocou o álbum sobre o
peito esquerdo e sorriu, agradecendo.
Minutos depois, adormecera assim, FELIZ!