Neste jardim de poesia que eu vejo
plantei uma flor, bonina-do-desejo
cujo perfume me cativa, m’inebria.
Tem suavidade dum amor-perfeito
delicado como virgem no seu leito
bela sonoridade, celestial melodia.
Neste jardim de
poesia que eu toco
plantei um odor
que me deixa louco
cujo aroma me
comove, m’arrasa.
Tem intensidade
de mulher-poema
sedutora nata
num puzzle-dilema
tela sedutora,
acolhedora casa.
Neste jardim de poesia que eu vivo
mais que paixão, é amor que cultivo
cuja fragrância me enlaça, m’encanta.
É uma relíquia e é eterna esperança
que na vida poucas vezes se alcança
e transforma o poeta em alma santa.
Neste jardim de
poesia que eu amo
mais que desejo, é prazer que clamo
cuja vontade me ferve, m’arranha
É uma alquimia e é risco desmedido
Que no fado tantas vezes é conduzido
Ao delírio infernal que no céu se banha.
17.11.13