Todas
as manhãs são inocentes
Enquanto as gaivotas não temerem
O fio cortante dos ocasos.
Enquanto as gaivotas não temerem
O fio cortante dos ocasos.
Todos os meninos são
acasos
Enquanto na vida lhes fizerem
Sentir que são culpas de sementes.
Enquanto na vida lhes fizerem
Sentir que são culpas de sementes.
Todas as flores serão
carentes
Enquanto os homens não entenderem
A inocência vã do seu perfume.
Enquanto os homens não entenderem
A inocência vã do seu perfume.
Todos os rostos são
(de) lume
Enquanto os traços se perderem
No fogo dos indiferentes.
Enquanto os traços se perderem
No fogo dos indiferentes.
Todos os caminhos serão estéreis
Se não partir do tronco frágil
O ramo onde pousarão os pássaros.
Todos os animais serão ácaros
Enquanto saírem do covil
Com ilustre barriga de reis.