quinta-feira, 4 de abril de 2013

BÚSSOLA DO TEMPO



















No deserto das minhas mãos
Só cabe
A limalha vagarosa da noite
Com que rasgo a alma e o ventre…
Estende-se pelo lado esquerdo
À sombra da pele
Um sorriso manchado com água ardente…

Cegamente
Cumpro todos os segundos de oração
E deixo que a bússola do tempo
Desfaleça debaixo dos meus pés
Sob a aridez que se compõe no momento
(…Se foste, já não és!)

No deserto das minhas mãos
Há uma escada de areia por percorrer
Rumo ao toque
Descompassado do coração…

Silencio-me.
(Porque é meu dever…)
Anseio o beijo demorado do dia
E aguardo
Que se cumpra a poesia!

22.03.13
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