Arrasta-se
a noite
Em tom de brisa melancólica
Chega-se a mim de mansinho
Traz-me pedaços de lua cheia
E amor ao peito, pedindo ninho…
Arrasta-se o frio
Envelhecido por dentro
Da alma arras(t)ada
Nesta folha de jornal rasurada
(Re)toca-se a penumbra e um colo vazio…
Arrasta-me a poesia
Sem pena, rasga-me a pele
E agita-me os sentidos…
Um beijo quebra a monotonia
Haverá mais doce que fel
Nos hálitos adormecidos?
Em vez d’existir um rosto de luz
Arrasta-se o silêncio em cruz
À pele ferida, desagasalhada
Mar adentro chora por ti
Outra metade morre aqui
Quase poema, um tanto nada!
01.02.13