Hoje não trago orquídeas ao peito
Nem sei quem roubou o meu jardim
Não sei do sol com que me enfeito
Nesta mágoa que me veste sem fim!
Trago as minhas mãos vazias
Não consigo ultrapassar o muro
O forte arrepio dos meus dias
É um presente sem futuro!
Hoje não sinto o voo das aves
Nem ouvi os seus cantos suaves
Hoje todo o mundo está deserto
Sinto-te longe, queria-te perto!
Hoje vou até ao teu olhar e me enlaço
Só ocupo os meus olhos com os teus
Só os teus olhos me elevam num abraço
Só eles sussurram felicidade aos meus!