quinta-feira, 20 de setembro de 2012

ENTREVISTA PÁGINA 2 - 19.09.12 - INDEPENDENTE DE CANTANHEDE





Vista Geral

ENTREVISTA (ANTÓNIO VERÍSSIMO)

À CONVERSA COM… Jessica Neves
INDEPENDENTE DE CANTANHEDE
PÁGINA 2 – 19.09.2012


Quando é que se sentiu poeta?
Quando é que o “bichinho” da escrita tomou conta de si?


Jessica Neves - Sinceramente, eu não gosto de me intitular de nada.
Os (maiores) poetas já não estão entre nós, mas serão sempre recordados pelo que de bom deixaram escrito.
Não me sinto “poeta” sou simplesmente alguém que gosta muito de escrever, nomeadamente poesia.
Sempre tive mais aptidão para as Línguas do que para a Matemática.
O gosto pela poesia surgiu, há pouco mais de um ano, quando estava de férias do meu desporto preferido – o futsal. Comecei a escrever diariamente, criei um blogue e comecei a divulgar a minha escrita em vários sítios na internet até que fui desafiada a participar num concurso de poesia – o VI Concurso de Poesia “Comunidade Escolar” da APPACDM de Setúbal. Curiosamente, foi o primeiro concurso em que participei e acabei por vencer o primeiro prémio
, entre 46 participações de várias escolas do país e foi talvez, o maior impulso para dar continuidade à minha escrita.
O poema vencedor denomina-se “O teu sorriso… um poema” e faz parte do meu livro “(Sem) Papel e Caneta, (Com) Alma e Coração”.


Quem são os seus poetas de cabeceira?
Quais os nomes dos poetas que são, digamos, os culpados desta sua vocação literária?


Jessica Neves - Admiro bastante a poesia de Fernando Pessoa, os sonetos de Florbela Espanca e os poemas de amor de Pablo Neruda.
São as maiores referências que tenho. Fernando Pessoa pelo desassossego, Florbela Espanca pela mestria na construção dos seus sonetos e Pablo Neruda pela sensibilidade ímpar como (d)escreve o amor que confesso, é o que mais gosto de ler e escrever.



Ser poeta em Portugal, sobretudo para quem vive na província, não é fácil. Sentiu isso quando pensou editar o seu primeiro livro?


Jessica Neves – Na verdade não é nada fácil! É um pouco estar a remar contra a maré. Somos uma gota no oceano mas ainda assim, existimos! Penso que o mais importante é fazermos aquilo que gostamos e lutarmos sempre pelos nossos objetivos, pois só acreditando neles e lutando por eles os conseguimos alcançar! O meu primeiro livro foi realmente, um objetivo traçado para este ano porque senti que havia alguma maturidade para tal. O maior orgulho é vê-lo cá fora, sentir o melhor de mim escrito e “oferecê-lo” a quem queira usufruir das minhas palavras.
Este livro é uma prova da minha existência, da minha passagem pela vida!



"(Sem) Papel e Caneta, (Com) Alma e Coração" é o livro que apresentou em Montemor no dia 9 de Setembro. O que representou para si este passo?


Jessica Neves
– Foi com enorme gosto que me desloquei a Montemor-o-Velho, no dia 9 de Setembro, para a primeira apresentação do meu livro, após o lançamento a 14 de Julho, no Café Santa Cruz, em Coimbra.
Foi mais um passo importante nesta ainda curta mas tão desejada longa caminhada!
É bom quando vejo a minha obra ser divulgada e partilhada.
É ótimo sentir que me acompanham apesar de ser uma grande responsabilidade, é muito gratificante para mim!



Como é que os seus entes queridos encaram esta sua faceta? Dão-lhe apoio? São os seus maiores críticos?


Jessica  Neves –
Inicialmente, estranharam porque me viam ligada ao Desporto, ao futsal e não me associavam a uma atividade deste tipo. Desconheciam a minha sensibilidade poética.
O apoio é incondicional. A minha família apoia-me, ajuda-me e está sempre presente! Não só na poesia, mas na vida, são os meus maiores críticos. Apesar de não se inserirem muito neste mundo literário, gostam de me acompanhar e eu gosto de os ter ao meu lado! Costumam dizer que se orgulham de mim, espero que não se esqueçam que eu também me orgulho imenso deles!
Prezo muito as minhas raízes.
Fiz questão de dedicar o livro à minha irmã pois é essencial!



A distribuição de um livro que se edita, fora dos grandes centros, costuma ser uma dor de cabeça e as feiras do livro são, tantas vezes, uma boa solução. Tem noção desta dificuldade?


Jessica Neves –
Tenho noção dessa dificuldade mas não posso baixar os braços e esperar, é preciso agir.
Sem dúvida que as feiras do livro, as participações em tertúlias e saraus são boas soluções para distribuir o livro e é isso que procuro daqui para a frente para ajudar na sua divulgação.


Como vê o seu futuro na escrita?
Podemos esperar, em breve, por um segundo livro?


Jessica Neves - O futuro passa por aprender, crescer e evoluir a cada dia que passa.
O mundo da escrita não é fácil! Tenho os pés assentes no chão.
Para já não penso num segundo livro. Agora fiz uma pausa.
Tenho a ambição de fazer mais e melhor e é uma responsabilidade maior que demora o seu tempo a preparar. Quem sabe no próximo ano, quando achar que as folhas soltas estão com “cabeça, tronco e membros” para juntar e publicar, sairá para a mão dos leitores um novo livro.


Como vê o panorama cultural em Portugal? E no campo da literatura?


Jessica Neves –
O campo da literatura é praticamente como os outros.
De um modo geral, penso que as artes estão desvalorizadas no nosso país e infelizmente há poucos apoios. Não é por causa disso que devemos deixar de escrever! Pelo contrário, mesmo sabendo que é difícil impormo-nos, devemos lutar para tentar inverter a situação.

O que a faz correr?


Jessica Neves -
O que me move é a paixão pela vida.
Quando gostamos das coisas fazemos sempre um esforço.
Assim sendo, torna-se fácil conciliar o estudo, o gosto pela poesia e pelo futsal.
Há tempo para tudo mesmo que por vezes, seja cansativo!

Ligada ao desporto, ao futsal, considera-se uma desportista que escreve ou uma poetisa que faz desporto?


Jessica Neves – Se fosse há um ano atrás, diria de imediato que era “uma desportista que escreve”. Hoje em dia, pela importância que a poesia adquiriu na minha vida, acabei por desvalorizar um pouco o futsal e pendo mais para a “poetisa que faz desporto”.
São duas paixões que quero preservar e que me fazem crescer a todos os níveis, mas se tivesse de optar, optava pela poesia e abdicava do futsal!
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