segunda-feira, 16 de julho de 2012

GOL(P)ES DUROS


Ajoelho-me e rezo sob esta parede cinza morna e oca
O burburinho quer esconder-me atr
ás dos (teus) ombros
Teu sorriso n
ão mora mais em mim nem na minha boca
Meus olhos enxovalhados decaem (em) plenos escombros!

As nuvens empurram-me todas as noites contra o teu corpo
J
á nem o peito cheio d’afagos da lua engravida meus dias
H
á ao fundo da rua um quarto esfumado em mármore morto
E uma poeira dormente que me sussurra palavras frias…

Nem sei falar-te do naufr
ágio que me cresce nas unhas
S
ó sei que (sobre)vivo no pretérito (im)perfeito
Quero esquecer-me das m
úsicas que com o olhar compunhas
E dos versos que me rasga(va)m o peito!...

Às vezes, pergunto por ti à vida
Que te levou ainda eu estava a chorar
Adormeceste ao meu colo na despedida
Deixei-te partir! Com tantas raz
ões p’ra te acordar!…

Esta pena que te cospe em gol(p)es duros
É a linha que impede a passagem dos muros.
Como posso crer que Deus é perfeiç
ão?
S
ó existe orvalho tépido no meu coração!

Podes pintar meus l
ábios com os teus lápis de cor?
Ou ser
á demais pedir-te que faças isso, meu amor?!

07.06.12
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