domingo, 8 de julho de 2012

(A PRAGA D)O FANTASMA


Não!
Não é o inferno que me deixa sem dormir
Nem a casa desabitada sem o teu perfume
Não é o mendigo na rua sem palma, a pedir
Nem o arrepio d’inverno suplicando lume!

Não!
Não é o sol que me deixa sem dormir
Nem os gritos possuídos da trovoada
Não é o assaltante que desata a fugir
Nem o pássaro acordando a alvorada!

Não!
Não é a lua que me deixa sem dormir
Nem o céu cinzento sem qualquer luz
Não é o verão insistindo em não surgir
Nem este poema que não me seduz!

Não!
Não é a tua falta que me deixa sem dormir
Nem os dedos que m’impedem d’escrever
Há um pesadelo ruim que me quer impedir
D’acreditar e lutar para os objetivos vencer!
Não!
Não é o véu da noite que m’embriaga
Nem o vento louco que bafeja a norte
Esta náusea lambida que virou praga
É o legítimo amigo fantasma da morte!

05.07.12

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