quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A PALAVRA É A NASCENTE - DUETO JESSICA NEVES E ANA COELHO




Em cada palavra
Um afago suave 
Solto da alma
Leve 
Poesia
Que acalma
Mágica melodia...

A poesia é uma emoção

que da alma se faz ilusão

em plena libertação

a dor da vida

cantada numa pauta

onde a palavra não é acaso...

A palavra é a nascente
Do sonho, dos aromas e dos laços 

É cor! É vida simplesmente

Em fraqueza alimenta espaços...


Nascem do regaço
nas cordas suaves

de um fado soletrado

do ventre guardado

em rasgos de sóbria loucura

palavras que o poeta procura 

num desafio constante de lucidez pura!  


30.10.12

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

TANGO




A marca do batom vermelho no copo
O violão em cordas desalinhadas
O cheiro a licor
As pétalas de rosas rubras 
Espalhadas pelo chão
Anunciavam o abraço 
Num tango apetecível

Passos sedentos, apressados
Nu(m)a cumplicidade de olhares
Que se colam e se desvendam
Entre lábios e línguas
O arrepio do perfume 
No pescoço
O toque
(D)as tuas mãos
Subindo pelas minhas pernas
Correndo pelas costas do meu vestido
Amando-me em cada vértebra
Desvendando o decote em V 
Dos meus seios arrebitados…
Minhas mãos são poesia
Escorregando por ti
Nu(m) vai e vem que humedece

A líbido entra(nha-se) em nós
E deixa-se ficar
Ébria de loucura…


É tempo de beber mais um gole
De whisky velho
Sentir o quebrar do gelo
Escorrer
E (re)começar
A dança dos corpos…




24.10.12

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

NO PALPITAR DA ALMA


É à noite
Aqui
No palpitar da alma
Que rompe o silêncio
Que me leva a ti…

E eu sento-me
No degrau da rua
Ao frio
Não há rasto da lua
Choro e rio
Invento-te e invento-me…

Na memória
Fica para sempre a história
De quem fomos um dia
Da mágica melodia
Que construímos no mar
Naquela madrugada
Em que o vento teimava em soprar
E a tempestade ficou adiada
Ao sentir que tudo o que queríamos era só amar…

Esta noite ama-me com carinho
Com aquele jeitinho
Em cada afago…
Não rompas o silêncio
Que trago
No palpitar da minh’alma…

24.10.11

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

RETALHOS SOPRADOS DO CORAÇÃO



Nunca os sonhos são desmedidos

E só nós dois sabemos porquê

O mais genuíno guia dos sentidos

É o olhar do coração que tudo vê…
24.10.12

terça-feira, 23 de outubro de 2012

(O INFERNO DO) PARAÍSO




Dois amantes esquecidos do tempo
Soltam de par em par a janela do sorriso
Os lábios trincam a maçã, aquecem o momento
À entrada do inferno no paraíso…

Desafiados pela tentação
Adão e Eva
Marginais atropelando anjos selvagens
Olhares sôfregos, afagos destemidos
Sexos quentes, múltiplas paisagens
Que se fundem ao romper (dos) gemidos…

Tremem árvores de fruto extasiadas
Em pleno sexo dos anjos sem rosto
O céu pinta de ruivo as bocas saciadas
De quem não se cansa do delicioso mosto…

23.10.12


domingo, 21 de outubro de 2012

ACESA MELODIA (AO CANTO DA SALA)


Mergulhamos nas águas (pro)fundas do desejo
Sabor agridoce que invade cada poro da pele
Acesa melodia
Que se acaricia e se descobre
Que se entrega e se perde
Se incendeia e se ama loucamente…

Corpos de violino (des)atados
Ao canto da sala
Na meia lua do prazer
Onde se expõe o sol
No ponto mais alto
Da noite.

19.10.12

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

POISEI O ÚLTIMO POEMA DE AMOR NUMA PÁGINA EM BRANCO





Podíamos ter sido
As maiores estrelas de cinema
Em noite de lua cheia
Heróis no mesmo papel
Na mesma tela onde se cruzam os olhares
Com as cores do arco-íris…
Na dança da vida seriam esculpidas
As palmas das mãos arrastadas ao vento
Num tango abraçado pelo mo(vi)mento…
Podíamos ter sido
As mais sábias gotas de suor um do outro
Encaixadas numa pauta em perfeita simbiose
Os corpos a entregarem-se em uníssono…

Poisei o último poema de amor
Numa página em branco
Deitei-me no filme mudo
Que me ofereceste sem querer
Rodopio arduamente
Ao compasso do desassossego da mente...
Quis amar-te ao som da nossa canção
O orvalho enche-me os bolsos
De luto está toda a minha alma
Pobre está o meu coração!

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O ÚLTIMO POEMA DE AMOR



Enquanto esboçava o teu retrato
Sentia aquele desgosto
Da chuva ácida a beijar-me o rosto
Gemia lentamente o piano em desiderato
Eu e tu em palco, mil e uma cenas
Sonhos a preto e branco palpitavam
Caía em nós uma noite de açucenas
As luas embebidas em fogo despudoradamente se amavam…

No dia em que as minhas mãos te esqueceram os contornos
Ainda tu eras Sol em mim
Continuava a pintar-te no peito amargo com um nó
Assim
Findava a melodia em Dó
Menor
O teu sabor
Trazia-me aos lábios o último poema de amor
Aquando o último cigarro da vida
O desassossego da mente
É uma mortalha pouco esclarecida
Num olhar fotográfico que (con)sente…

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

RETALHOS SOPRADOS DO CORAÇÃO



Traz-me só o teu olhar apaziguador
Deixa-me sentir de perto teu sorriso
A vida jamais se fará sem amor
E o céu não se quer sem paraíso!

É ESTE (A)MAR QUE NOS MOVE...

Jessica Neves *

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

TROCA DE OLHARES








Numa troca de olhares
Há sempre espaço para nós
Mesmo sem que repares
Que sou eu a tua voz…



Meu olhar toca o teu
Entre o sonho e a realidade
Somos (um) pedaço de céu
Onde se cruza a felicidade!

terça-feira, 9 de outubro de 2012

PÁGINA EM BRANCO



Escrevo-te mais uma página em branco, amor
Rasgaste tantas promessas a meio do meu vestido
Sobram-me estas palavras sem fio condutor
Que anseio noite adentro sussurrar-te ao ouvido…

Hoje escrevo-te em itálico e em modo abreviado
Desculpa-me! Sei lá… Sinto-me assim!
É como se o meu peito estivesse desabrigado
                                                                    [Nu
Falta-me o melhor de mim
                                                [Tu!

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

PENSAMENTOS EM TONS D'ARCO-ÍRIS


Hoje é noite de combater a solidão
Ao compasso cheio da lua
Vencer os tormentos do coração
E seguir de olhos firmes: NUA!

sábado, 6 de outubro de 2012

SÓ OS TEUS OLHOS



Hoje não trago orquídeas ao peito
Nem sei quem roubou o meu jardim
Não sei do sol com que me enfeito
Nesta mágoa que me veste sem fim!

Trago as minhas mãos vazias
Não consigo ultrapassar o muro
O forte arrepio dos meus dias
É um presente sem futuro!

Hoje não sinto o voo das aves
Nem ouvi os seus cantos suaves
Hoje todo o mundo está deserto
Sinto-te longe, queria-te perto!

Hoje vou até ao teu olhar e me enlaço
Só ocupo os meus olhos com os teus
Só os teus olhos me elevam num abraço
Só eles sussurram felicidade aos meus!

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

OS MEUS OLHOS





Há quem tenha os olhos da cor da terra.                                                                                                 Há ainda quem os tenha em tons d’azul.                                                                                              
Os meus olhos são verdes, cor da serra,                                                                                      Alcançam  montes, vales, norte e sul!
São temperados d’esperança, sem guerra                                                                                       Pudesse tê-los em tons d’azul, mar…                                                                                                   Mas não. Meus olhos são da cor da serra                                                                                       
Estão sempre prontos p’ra navegar…
Este é sem dúvida um dos meus sonhos:                                                                                     
Navegar contigo por mares risonhos                                                                                                    P’ra que te possa amar num só olhar…
Os meus olhos só têm uma cor.                                                                                           
São o reflexo dos teus ao luar.
Basta uma cor p’ra se fazer amor!



terça-feira, 2 de outubro de 2012

DUETO LORENZO FERRARI E JESSICA NEVES - AMOR INCONDICIONAL


Queria falar sobre o amor incondicional...
Aquele que a gente ama mesmo não podendo fazer nada...
Aquele que se instala com raízes profundas muito além do coração...
O amor que a mente não mente


O amor cego que cresce sem razão
Que vai além do voo da paixão…
Hoje falo-te do amor sem condição
O único que move meu coração!

Este amor que não tem pressa e nem se esquiva
O amor de frente sem tetos e nem desvios
O amor que sente e  se tem em letargia
O único que só se avista com quem se ama.

Este amor doce e (e)terno
Combate qualquer inverno
Chama por ti longe e perto
E sempre acredita que dá certo

O amor sempre está certo
Busca o caminho mais curto
Encontra o sentido para tudo
E te encontra a cada instante.

Ao encontrar-te sinto a vida
Vejo-te nela sem despedida
E ao olhar-te de alto a baixo
Entendo que só contigo encaixo!

 

 
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