sábado, 16 de junho de 2012

SEM ROSTO - DUETO JESSICA NEVES E ROSA FONSECA

Nas minhas mãos
És um poema adiado
De palavras esquecidas…desviadas
Do colo seco de tinta azul
Do nosso mar…
Inquieto o vento sopra-me e eu agarro
O que vem de ti mais um punhal cravado!
Acendo mais um cigarro...
Com os dedos distantes dos teus
Meu rosto é uma pálida mortalha
O meu silêncio é agora a fronteira
Deste olhar perdido além de mim
Esvaziaram-se os beijos…
Um dia, alguém disse que a sorte era uma batalha!...
Nos meus pés
És terreno em pousio
Pura mágoa que m'encerra
Desagua meu olhar p'la margem do rio
Num mar que hoje sabe a guerra...
No meu corpo do(rm)ente
És as curvas da estrada
Se o caminho é em frente
Permaneço no passado, arrebatada
Nele me prendo, faço morada!
Sustento a esperança de refazer o poema
Não te quero lembrança
À esquerda dum peito que jamais te apaga!
 
12.06.12

1 comentário:

  1. Olá Jéssica

    Peito latejando ao ruir da cidadela
    Em labirintos de direcções perdidas
    Réstias de naus fustigadas na vela
    De fortes contusões nelas sofridas.

    Todas as frentes têm batalhas
    Consumindo o tudo e o nada
    Mas nunca serão mortalhas
    De vida perdida ou inacabada.

    Abrem-se infernos no chão
    Ventos fortes pelo espaço
    Vulnerável fica o coração
    Numa espera de compasso.

    Quando as marcas são gravadas
    Num pulsar de vida profundo
    Só conseguirão ser apagadas
    Com o maior amor do mundo!

    Beijo

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