Tu, lápis que cospes pelo meu corpo maquilhagem
És meu borralho no mapa distorcido em farrapos
Nas tuas grossas vestes despe-me longa miragem
Meus olhos retalhados morrem (des)feitos papos
No contra-ataque do suor que me corre nas veias
Enfrento pelas frestas da janela o meu esqueleto
Entre minha alma de elástico em profundas teias
Trago as mãos entrelaçadas em busca do amuleto
Em papel vegetal trespassam-me ventos e moinhos
Cresce no cárcere da boca a sede dum verbo derrotado
Rebenta a borracha esborratam-se meus caminhos
Não consigo dizer mais deste quadro mudo inacabado.
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