segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

CONFISSÕES



Olhei vezes sem conta o teu retrato
Ponderei se o que sentia por ti
Era concreto ou abstracto
Amedrontei-me em segredo
Não porque tinha medo
Não era medo nem rancor
Era a descoberta do sentimento amor

Gritei por ti sem sentido
Até ficar rouca
Pena nunca me teres ouvido

Peguei na tua roupa
Só para sentir o teu perfume
Mesmo que por dentro
Me queimasse como lume

Libertei-me dos lençóis onde dormias
Porque eu já não tinha forças
Para viver os meus dias
Os meus dias que já foram nossos
E já não são
Mas nada foi em vão

Ajoelhei-me e elevei-te
Na minha memória
Pedi por tudo para voltares
Para continuarmos a nossa história

Confesso que chorei
Ao ler as cartas que me deixaste
Rasguei-as para ver se te esquecia
Queimei tudo o que me tinhas dado
Tudo o que me consumia
Para fugir do que sentia

Rasguei simplesmente
Para te tornares indiferente
Mas não és, nunca foste
Nunca serás

Deixo o que ficou para trás
Entrego-me da cabeça aos pés
Porque és a pessoa que amo
Por quem desespero e chamo
Todas as noites ao deitar
Faltas lá tu
Com os teus braços
Para me confortar
E eu dizer-te baixinho:
Preciso de ti para viver…

Confesso e jamais me despeço
Porque quem ama nunca se despede
Vou à luta
Nada me impede!
16.09.2011

JARDINS PROIBIDOS - PAULO GONZO

http://www.youtube.com/watch?v=yoITvIetPs4
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